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Haru



No escuro, ouço o morder do plástico. Conheço o som. Afasto a gata, que pula ágil. Alívio. Me viro de lado: sono. Os pelos roçam meu rosto e me despertam. De novo o barulhinho. Tiro a venda dos olhos (que dia é hoje?). Encosto nela, que segue com os dentes nos marcadores, nas páginas do livro. Os dentes no livro. A insistente, perseverante Haru. Desisto e levanto. Lembro, divertida, do significado coreano do seu nome: dia. Já sorrindo, dou de comer à faminta. Alimento o dia.







março de 2022

Foto da Iasmin Schleder

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