de Aline Bei
Companhia das Letras - 2021
Aline, querida
Me permito te chamar assim mesmo não te conhecendo. É que tua Pequena me tocou, por isso me sinto perto de ti. Assim como me sinto perto da Júlia. Que linda, ela é! Que vontade me deu de pegar a mão dela e convidá-la para um passeio - para uma conversa (uma dança?).
Lendo teu romance - que é pura poesia - viajei pela minha própria história. Lembrei de quando comecei a dançar, na minha adolescência. Lembrei dos meus diários, e das cartas e textos que já escrevi. E de como a dança e a escrita já me salvaram, mais de uma vez. Me deu vontade de escrever mais. É tão bonito quando um texto provoca isso...é bonito demais. Bom demais.
Tuas palavras me fizeram criar imagens: casa, café, pensão. Tuas palavras são (e fazem) casa. Tem tanta tristeza, tanto adeus, e também tanta descoberta e beleza nessas páginas! Essa Pequena é mesmo um presente. Obrigada por compartilhar essa coreografia da Júlia - que é a coreografia da vida.
Nos vemos em breve.
Beijo, com amor
Marieta
¨ninguém me levava muito a sério, eu era
controlável, contornável
será que
eu poderia dançar esse Engano?
(...) será que um bailarino também dança o Silêncio?
se os pés tocarem o chão
ainda é Silêncio?
e o que faz um bailarino
senão devolver o Ar
que faltava em nossos pulmões?"
Publicada em maio de 2021, no Instagram
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